terça-feira, 13 de setembro de 2005

Está chovendo lá fora

    Está chovendo do lado de fora, hoje o dia amanheceu frio e chuvoso, levantei da cama ainda enrolado em meu cobertor, fui até a sala e liguei a televisão, passei por alguns canais até encontrar algum que me interessasse, estava passando pica-pau, me sentei no sofá e comecei a assistir.

    Estava passando o episódio do espião espiado, gosto bastante desse episódio, a estética é interessante, com muitas cenas noturnas e algumas até mesmo assustadoras, o vilão tenta matar o pica-pau, que não morre somente por ter tomado um tônico que o deixava super forte.

    Nesse momento a chuva começou a ficar mais forte, ao ponto da luz do sol ser pouco visível, então acendi a lâmpada e voltei a assistir, por algum motivo o sentimento de conforto naquela luz amarela, o som da chuva, a televisão e todo o resto consegue me isolar do mundo externo, é como se esse fosse um momento de paz em meio a todas as outras coisas.

    

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Nevoeiro

    Hoje a cidade estava com um nevoeiro, gosto bastante quando isso acontece, é uma sensação realmente confortável, acordei de madrugada pouco antes do sol nascer e olhei pela janela, o nevoeiro estava denso, não conseguia ver a rua ou o quintal, fechei a janela, estava frio, me aconcheguei em meio aos cobertores e liguei minha pequena televisão de tubo, também liguei meu aparelho de DVD, gosto da sensação de acordar antes das outras pessoas, é como se antes do dia começar ainda existisse um ponto de refúgio.

    Coloquei meu DVD do filme dos Simpsons, o filme começou, assisti o início e fiquei com um pouco de fome, então fui até a cozinha preparar algo para comer, ainda estava tudo escuro, abri o pão e coloquei duas fatias de queijo e uma de presunto, depois esquentei, aproveitei o tempo para aquecer o café que havia feito na noite anterior, coloquei o pão em um prato e peguei uma xícara de café, fui para o quarto, estava na cena em que o Homer decide jogar o depósito do porco no mar.

    Assisti ao filme enquanto comia meu lanche, estava muito bom, fiz isso até o filme terminar, por volta das cinco e cinquenta da manhã, então me arrumei, peguei minha bicicleta e fui para a escola, a neblina estava densa e a cidade parecia vazia, por alguma razão não senti o desconforto que geralmente sinto ao ir para a escola.

    O dia foi calmo, poucas pessoas foram para a aula, fiquei boa parte do tempo desenhando em meu caderno, a neblina continuou até próximo ao almoço, uma manhã fria e tranquila, fazia um certo tempo desde a última vez que isso havia acontecido, de qualquer forma essa sensação é muito parecida com a de um sonho, é como se aqueles momentos fossem distantes da realidade, algo realmente muito bom.

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

O Crepúsculo

     Gostaria de compartilhar uma das sensações mais interessantes que venho percebendo nos últimos dias, alguns finais de tarde são acompanhados por um sentimento de conforto e desprendimento da realidade, é uma sensação fugaz que surge por alguns minutos e se desfaz em meio ao tempo.

    Essa sensação ocorre durante o final da tarde, no exato momento em que o sol deixa de ser visível mas o céu ainda parece iluminado por alguns de seus raios, as luzes da rua se acendem, o céu fica em um tom de azul escuro, esse fenômeno é conhecido como crepúsculo, mas é um dos períodos do dia menos lembrados em parte por ser muito breve.

    Lembro que quando estava no começo do ensino médio sempre presenciava esse momento enquanto voltava para casa, meu período era integral e até que chegasse o sol já havia se posto, as luzes dos postes se acendiam, talvez pelo tempo mudar tão rápido era um instante em que eu parava para observar as coisas ao meu redor e podia contemplar o momento.

    Essa sensação me acompanhou por toda a vida, ela sempre esteve presente, mas eram poucas as vezes em que eu realmente percebia sua chegada, hoje decidi experimentar isso outra vez, saí de casa antes do sol se pôr, andei pelas ruas, entrei no mercado, comprei um chocolate e fui até o lago da minha cidade, o sol já não era visível, as luzes se acenderam e tive a sublime sensação de que a noite estava chegando.

    Durante aquele instante não me preocupei com tudo que havia ocupado minha cabeça durante a semana, observei a luz dos postes refletindo na água, o céu se tornou cada vez mais escuro, percebi quando a noite chegou de forma definitiva, olhei ao meu redor, alguns carros passavam pela avenida, pessoas entravam em uma pastelaria e outras caminhavam pelas calçadas, a noite havia chegado.

    A volta para casa foi mais tranquila que nos outros dias, quando cheguei tive a sensação de enxergar minha vida de fora, a certeza de que eu não estava fazendo nada de errado, a vida é boa e pode ser completamente tranquila, só precisamos deixar que isso aconteça, espero que amanhã mais pessoas possam perceber esse momento, desejo uma boa noite a todos.

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Sonhos

    Recentemente tenho tido a impressão de que alguns dias, especificamente algumas manhãs, parecem sonhos, algumas vezes decido andar cedo e a neblina matinal está ao redor de tudo, a sensação de que aquilo é um sonho é muito presente.

    As manhãs frias e azuladas que tanto vi durante a minha infância pareciam pertencer a outras realidades, muito me admira esse sentimento, as tardes também trazem essa sensação quando as coisas estão inexplicavelmente claras e iluminadas pela luz amarelada do sol.

    O verde do quintal, a água da mangueira, a neblina, o orvalho, o amanhecer, tudo isso forma um sentimento único, sempre que me recordo das manhãs frias da minha infância, quando eu assistia desenhos e tinha a impressão de que o tempo não avançava com facilidade, carrego também o sentimento de que aquele momento se assemelha muito a um sonho, pois quando deito minha cabeça na cama durante a noite esses momentos são justamente onde eu quero estar.